Mais, e basicamente a Polkomtel, publicou sua posição sobre o leilão das bandas de 3,6 GHz para a rede 5G, que endereça ao Presidente da UKE. Apesar de o operador ter apresentado os seus comentários anteriormente, alguns deles não foram tidos em conta pelo UKE, embora não todos. Vê-se que o processo de introdução da rede 5G na Polónia não é uma tarefa fácil, e mais, pode continuar a ser prolongado.
Leilões 5G e declaração da Plus – as condições do leilão são impossíveis de cumprir
Em abril deste ano, foi anunciada mais uma consulta, que diz respeito à próxima leilão de quatro reservas de frequência na banda de 3,6 GHz (banda C) para a rede 5G. A participação neste tipo de consulta visa obter respostas dos operadores sobre as questões mais importantes e tirar dúvidas antes dos próprios leilões. A Polkomtel, proprietária da rede Plus, acaba de publicar uma ampla posição sobre o leilão de 3,6 GHz. E embora algumas coisas tenham sido levadas em consideração pela UKE, segundo a operadora, isso não muda muito diante dos próprios leilões. Uma das coisas que foi incluída, e pela qual a Polkomtel agradece, é aumentando os blocos oferecidos de 80 MHz para 100 MHz para operadoras. No entanto, isso não é suficiente para que o processo de introdução da rede 5G vá na direção certa. A falta de respostas e de posicionamento sobre algumas questões dificulta todo o processo”ineficaz”.
Muitos dos principais comentários feitos pela Polkomtel e outras entidades participantes nas primeiras consultas não foram refletidos na próxima versão da documentação do leilão. O Presidente do UKE propõe ainda a imposição de obrigações de cobertura inadequadas e impossíveis de implementar com a faixa de frequências em causa na faixa dos 3,6 GHz.
Posição Polkomtel
Os compromissos de cobertura serão irrealistas
Ao iniciar a consulta, a Polkomtel encomendou uma análise especializada da possibilidade de cumprimento das obrigações decorrentes da licença, tendo em conta as frequências na faixa dos 3,6 GHz. Ele preparou a análise Instituto de Radioeletrônica da Universidade de Tecnologia de Varsóvia, onde foram considerados três modelos ambientais: urbano, urbano-rural e rural. Foram verificados blocos na faixa de 80 e 100 MHz, e a própria análise utilizou dados do Central Statistical Office e o intervalo de confiança de 95% esperado pelo UKE. Os resultados da análise são os seguintes:
- Com largura de bloco de 100 MHz para cobrir áreas urbanas, urbano-rurais e rurais com serviço de 100 Mb/s e nível RSRP de -126dBm, é necessário usar 40.000 estações base.
- Com largura de bloco de 80 MHz, para cobrir áreas urbanas, urbano-rurais e rurais com um serviço com throughput de 100 Mb/s e nível RSRP de -122dBm, é necessário usar 63.500 estações base.
Para efeitos do relatório, foi desenhada uma rede de três hipotéticos operadores MNO (Mobile Network Operator, operador infraestrutural), com base nos recursos que efetivamente são disponibilizados ao operador na Polónia. A análise mostra que a banda C era irrelevantemas também para atingir os objetivos assumidos, será necessário utilizar todas as outras bandas de frequência.
Em cada um dos casos analisados pela Universidade de Tecnologia de Varsóvia, a banda C era irrelevante para a implementação das obrigações de qualidade e cobertura (…). O número mínimo de estações base necessário para atendê-los foi respectivamente: 18.000, 23.600 e 28.500 estações base.
As conclusões da peritagem também confirmaram que as bandas com frequência <1 GHz permitem cobrir áreas muito maiores com um serviço de alta qualidade, enquanto a banda C, conforme indicado, é completamente inútil para este tipo de utilização.
Outra conclusão óbvia da referida perícia é o facto de as obrigações de cobertura e qualidade não poderem ser cumpridas apenas com a banda C. Para concretizar as obrigações propostas será necessário utilizar todas as outras bandas de frequências já pertencentes aos operadores, enquanto a própria banda C não terá impacto real para a implementação desses compromissos. Na prática, portanto, os compromissos de cobertura e qualidade propostos no leilão da banda C visam todas as outras faixas de frequência, mas não a banda C.
Posição Polkomtel
Este não é o fim dos problemas com os leilões de 5G

Em sua posição, a Polkomtel chama a atenção para várias questões adicionais. Uma delas é que a documentação do leilão impõe obrigações adicionais em bandas diferentes da banda C (como a exigência de 100% de cobertura de linhas ferroviárias e passagens de fronteira). Como explica a Polkomtel, essas são áreas onde a banda de 3,6 GHz não pode ser efetivamente utilizada devido à grande área que teria de ser coberta. Soma-se a isso o fato de que, segundo a Polkomtel, o presidente da UKE introduziu requisitos para o uso da banda de 3,6 GHz para que obrigar à utilização das faixas dos 900 MHz, 1800 MHz e 2100 MHz anteriormente atribuídas aos operadores.
Como se isso não bastasse, a Polkomtel prova que os principais requisitos para o leilão 5G são contrários à lei polonesa (Lei de Telecomunicações ou Código de Procedimento Administrativo). Levando tudo isso em consideração, o operador acredita que a escala de violações e sua importância podem levar a graves violações da lei e, portanto, dos interesses dos participantes do leilão. E isso pode ser considerado motivo para cancelamento do leilão. Além disso, há os custos de obtenção das devidas licenças para todas as estações da banda C (aprox. PLN 14,28 milhões). A operadora queixa-se ainda de deficiências na coordenação internacional, que levam à emissão de licenças de rádio em zonas fronteiriças. Então você pode ver que o problema com os leilões de 5G ainda não foi resolvido e pode levar algum tempo. Completo conteúdo da posição da Polkomtel junto com os anexos podem ser encontrados no site da operadora.
Fonte: comunicado de imprensa da Polkomtel